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terça-feira, 21 de julho de 2009

ENTREVISTA PARA A REVISTA MONET

Encontro exclusivo com os “Jonas Brothers”
por Marco R. Della Cava, do Usa Today*



Eles têm hordas de fãs adolescentes e já se comparam – e são comparados – aos Beatles. Saiba o que está por trás do fenômeno Jonas Brothers que, depois do filme e da turnê mundial, retorna à TV em uma nova série.

Os Jonas Brothers fazem poses para foto na varanda de um sofisticado quarto de hotel, e o fotógrafo pede a Kevin que mude o braço de posição. “Claro, mas você tem de pagar primeiro”, responde. Ah, meninos! Não digam isso! Será que o trio fofura já está cínico como o universo de Hollywood? Calma! O irmão mais velho dos Jonas está só imitando outra banda de sucesso, cujas primeiras fãs eram também, em sua maioria, meninas deslumbradas. “Você viu o vídeo da primeira entrevista coletiva dos Beatles em Nova York?” É Kevin perguntando depois ao seu assessor de imprensa, que não sacou a referência ao Fab Four, enquanto caminham pelo saguão para uma das mais de 20 entrevistas que ainda darão naquele dia. “Um repórter faz uma pergunta e [John Lennon] diz: ‘Você tem de nos pagar primeiro’. É uma frase sensacional!”

Comparar qualquer conjunto aos Beatles é quase uma heresia musical. Isto posto, os três rapazes de Nova Jersey – Kevin, 21 anos, Joe, 19, e Nick, 16 – seguem as pegadas dos rapazes de Liverpool. O trio – que poderia ser um quarteto com a participação de Frankie, o caçula de 8 anos chamado de “Bônus Jonas” – vende milhões de CDs, toca para plateias fanáticas e recentemente lançou um filme, Jonas Brothers 3D – O Show. Para finalizar, o novo programa de TV, JONAS, estreia este mês no Disney Channel, no bloco “Zapping Zone”.


Além disso, há a presença maciça da cultura pop no grupo, com apresentações no Grammy (em que perdeu o prêmio de revelação para Adele, mas tocou com Stevie Wonder), no Saturday Night Live (com o superanfitrião Alec Baldwin) e na Casa Branca (as primeiras-fãs Malia e Sasha Obama ganharam um pocket show no dia da mudança para a nova residência). Com tudo isso acontecendo agora é difícil pensar que há apenas dois anos eles viajavam em vans para os shows.

Tudo isso representou uma mudança de endereço para Kevin, Joe e Nick. Os rapazes trocaram uma casa modesta em Nova Jersey por grandes residências em Los Angeles e Dallas, e obviamente agora têm um avião particular. Será que estão voando muito alto e muito rápido? Os garotos discordam e garantem ter os pés no chão. “Vemos artistas fazer pausas de anos só para se reencontrar, mas nós estamos tirando proveito de tudo isso”, diz Kevin, sentado com os irmãos em um sofá. O assessor, sempre por perto, mantém os olhos no relógio durante as entrevistas.

“Ainda estamos crescendo como músicos”, garante Nick. Sua voz é suave, mas, quando fala, os irmãos mais velhos o ouvem. “É ótimo ter tanta atenção e sucesso, mas ainda temos um longo caminho.” E eles pensam em carreiras-solo? “Temos nossos próprios sonhos, claro”, diz Joe. “Mas um grupo é um grupo. Estamos nessa juntos.”

BOAS VIBRAÇÕES – Representantes da Disney estão sempre ao redor, mas a fala desses três mosqueteiros soa autêntica, e tem sua origem nas apresentações em pequenas casas de show com o pai pastor, Kevin, de 43 anos. O afeto entre eles parece tão real quanto o visual bonitinho de revista. Nick faz o estilo casual com a camisa colorida de mangas enroladas, calça jeans e botas. Kevin, com uma jaqueta de couro, tem um visual à la Marlon Brando. E Joe, com seus cachos naturais cuidadosamente penteados, tem uma vibe dos anos 1980, com uma jaqueta sem gola somada à gravata fina. E os três têm sempre sorrisos prontos para as fotos.

“São bons garotos”, diz “Big Rob” Feggans, que mantém guarda na porta da suíte. Ele é o guarda-costas imenso que foi chamado pelos meninos para fazer um rap em seu sucesso “Burnin’ Up”. “Não canto rap, mas eles queriam que eu me envolvesse, então tentei. Eles são assim”, completa. “Acredito que tudo que conquistarem será merecido.”

O comportamento certinho é a melhor coisa da banda, diz Karleigh Santry, 16 anos, de Erie, na Pensilvânia, que com sua irmã Katie, de 18, criou o site jonasbrothersfan.com. “Claro que são bonitinhos, mas eles são grandes exemplos e sua música é pura”, diz Karleigh, que afirma já ter estado em pelo menos 50 shows dos Jonas Brothers. “Muitas pessoas dizem que você deve ter 10 anos para gostar deles, mas suas músicas falam de coisas que interessam aos adolescentes.”

O futuro reserva ainda algumas possibilidades para os Jonas Brothers. Existe o caminho escolhido pelo outro trio de irmãos, os Hanson. Depois do sucesso “MMMBop” de 1997, eles foram silenciosamente fazer os CDs que queriam, nenhum deles se deu tão bem, mas têm dinheiro e estão felizes”, diz David Smay, um dos autores do livro Bubblegum Music Is the Naked Truth: The Dark History of Prepubescent Pop, From the Banana Splits to Britney Spears (algo como Música Chiclete é a Mais Pura Verdade: A História Secreta do Pop Pré-Adolescente, do Banana Split a Britney Spears, não publicado no Brasil). A outra opção é romper com as raízes Disney e seguir a antiga estrela desse canal, Justin Timberlake. Pelo menos um deles pode fazer isso. “Eu consigo ver o Nick nessa transição” diz Smay. “Talvez sair e encontrar alguns músicos de peso com quem trabalhar, deixando o nome Jonas para trás.”

Você não vai conseguir que os irmãos Jonas teçam conjecturas sobre o futuro. Confortavelmente acomodados, os três dão respostas curtas a todo tipo de perguntas. Nick fala da vida com a diabete tipo 1 nos últimos três anos. “No início pensei: ‘por que eu?’. Mas quanto mais contava a minha história para as pessoas, mais pensava ‘por que não eu?’. É uma oportunidade.”

Kevin também fala a respeito das garotas famosas presentes em sua vida: a cantora e compositora Taylor Swift, de 19 anos, que aparece no novo filme, e Miley Cyrus, de 16: “Nós as víamos durante toda a semana até o Grammy. Elas são grandes amigas. É legal ver uma nova geração de músicos que surge”. Já Nick não dá abertura: “Preferimos não falar sobre vida pessoal.” Joe fala a respeito de sua nova casa em Dallas: “É em um campo de golfe. Adoramos andar com os carrinhos e conversar com os caras mais velhos”. Nick diz: “A gente faz muita bagunça”. Ao que Kevin retruca: “Nem tanto assim”.

Mas, com a turnê, o filme e as entrevistas, quando eles arranjam tempo para compor? Nick responde: “Ficamos mais tranquilos durante as filmagens de JONAS. Estamos começando as músicas para o próximo CD e iniciaremos os ensaios em breve”.

E AGORA, JONAS? – Após alguns minutos, a entrevista chega ao fim. Os garotos levantam ao mesmo tempo, cumprimentando o repórter e se desculpando pela pressa. Você tem a sensação de que eles são sinceros, mas o pessoal da Disney tem horário a cumprir. Os garotos sentam-se novamente e logo chega mais um jornalista.

Alguns dias depois o telefone toca. São os Jonas Brothers. O primeiro encontro foi muito curto e a Disney oferece mais uma oportunidade de conversar com os rapazes. Estão curiosos com a reação à sessão fechada de seu filme, que começa com uma perseguição por Nova York igual à cena dos Beatles em Os Reis do Iê, Iê, Iê. Ao mencionarmos que o filme ficou em segundo plano em relação à gritaria da plateia ao longo de seus 70 minutos, Nick ri. “Não é sempre assim”, garante ele, sem ser muito convincente.

“Nós somos superfãs de Os Reis do Iê, Iê, Iê e queríamos que as pessoas vissem um pouco do que acontece nos bastidores também”, diz Kevin. Isso inclui os irmãos acordando (pausa para gritos da plateia) e trocando de roupa atrás do palco (pausa para gritos ainda mais altos). Como eles fogem dessa enxurrada de estrogênio? “Adoramos jogar golfe, encestar bolas ou futebol americano, geralmente com os caras da banda”, conta Nick. “Mas agora estamos compondo muito.”

A entrevista foi na época da confecção do terceiro álbum do grupo, Lines, Vines and Trying Times, lançado no mês passado. Nick começa a listar as influências do grupo, que incluem muitos “artistas clássicos, como Elvis Costello, Prince e …”. Sua voz fica baixa e a linha cai abruptamente. É fácil imaginá-los sendo levados para um quarto ali perto, para mais uma entrevista, outro compromisso, mais uma cidade. Apenas mais um dia na vida superdimensionada dos Jonas Brothers.


*Tradução e adaptação: Daniela Sequeira
Créditos: Revista Monet

Obrigado, Mariana Luchiari Bizoffi

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